sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Analise de liquido cefalorraquidiano (LCR)

Bom dia!

proteína beta-amilóide                                   proteína TAU

No post de hoje falaremos sobre a proteína β-amiloide (Aβ42) e sobre a proteína TAU, ligadas - respectivamente - a formação de placas senis e dos emaranhados neurofibrilares, e sobre como elas estão ligadas a analise do liquido cefalorraquidiano.

Em decorrência do aumento da estimativa de vida mundial a ocorrência da doença de Alzheimer (DA) tem aumentado. Essa situação só pode ser mudada com a ajuda de medicamentos que interrompam suas principais cascatas patogênicas como as ligadas as Aβ42 e a TAU, que os tratamentos são com medicamentos antiamilóideos e o impedimento da hirperfosforilação da TAU.

A grande dificuldade desse exame é que ele não é especifico da DA. Ele não consegue diferenciar uma demência por DA das alterações cognitivas características do envelhecimento. Então para ajudar no diagnóstico da DA aplica-se um conceito chamado comprometimento cognitivo leve (CCl à constitui em exames neuropsicológicos de acordo com a idade e escolaridade. NÃO É SINÔNIMO DE ALZHEIMER) que por indicar com grande frequência os pacientes que tem grandes possibilidades de evoluir para a patologia tem sido usado amplamente.

Em posse dos dados dos exames para pacientes com CCL e da analise do LCR é possível identificar com uma precisão relativamente boa quais os indivíduos com comprometimento que evoluirão para DA. Os biomarcadores que serão usados são a Aβ42 e a TAU funcionando da seguinte forma nos pacientes com DA: diminuição da Aβ42 e aumento das TAU total e fosfo-TAU, em comparação com idosos cognitivamente normais. Estudos mostraram que indivíduos com CCL e combinação desfavorável das proteínas usadas na analise do LCR possuíam 17 vezes mais chances de desenvolver DA, do que aqueles que tinham a combinação favorável das proteínas.

Como acontece o exame?

Para entender o exame é preciso e saber que o LCR está em contato direto com o sistema nervo central (SNC), e que por isso doenças degenerativas do SNC alteram as concentrações proteicas dele.



O exame em si constitui de uma punção lombar, análoga a punção da anestesia raquidiana, inclusive é feita com a agulha da raquianestesia. É um procedimento simples, seguro e pouco doloroso. Após o material ser recolhido ele é levado para análise em equipamentos de alta tecnologia que quantificam com precisão mínimas variações proteicas. De acordo com Carlos Senne, diretor-presidente do Senne Líquor Diagnóstico, a associação desfavorável das duas proteínas estão relacionadas à DA em 80% a 90% dos casos.

Entender um pouco da proteínas Aβ42 e TAU ajuda a compreensão de como os cientistas chegaram a formulação desse teste. Logo:

Aβ42:

è Um estudo desenvolvido na universidade de Stanford (EUA) mostra como que as placas de beta-amilóide contribui para a DA. Elas tem um forte poder agregador. São proteínas hidrofóbicas e sintetizadas por meio da quebra de uma proteína de membrana.
è O estudo foi feito em ratinhos e neles se identificou uma proteína chamada PirB, que quando ativada pela proteína Aβ42 promovia o enfraquecimento das sinapses e a comunicação entre neurônios era impedida, acarretando no quadro de DA (perda de memória).
è Posteriormente foi descoberto que há uma proteínas análoga ao PirB e ela se chama LilrB2, igualmente capaz de se ligar a beta-amilóide e promover o enfraquecimento das sinapses.
è Foi estudado também como se dava o enfraquecimento das sinapses. Eles chegaram a conclusão a associação da beta-amilóide com a LilrB2 acarretava uma alteração bioquímica das proteínas cofilinas, dentro dos neurônios, que por sua vez reforçam as ações destruidoras de actina que ela possuem. A actina é essencial para a manutenção das sinapses.

Proteína TAU:




è São encontradas no citoplasma neuronal e estão relacionadas a estabilidade dos microtubulos, facilitando a polimerização de tubilina.
è Os emaranhados neurofibrilares são estruturas características da DA e não são exclusivas dela.
è A agregação da TAU se dá por meio da fosforilação irreversível, o que ocasiona o mal funcionamento da proteína sua consequente aglomeração em fibrilas e prejuízo no transporte neuronal e nutricional.
è Em pessoas com Alzheimer é constatado níveis altos de TAU fosforilada.
è A alteração na concentração de Tau não está relacionada apenas ao Alzheimer, mas também ao envelhecimento e a outras demências.


Tammy Moroguma.


Referências bibliográficas:

http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol34/n3/144.html
http://www.senneliquor.com.br/o-diagnostico-da-doenca-de-alzheimer-atraves-do-exame-de-liquor/
http://www.publico.pt/ciencias/jornal/cientistas-descobriram-como-uma-proteina-implicada-na-doenca-de-alzheimer-destroi-ligacoes-nervosas-27119312

http://quimicalzheimer.wordpress.com/2013/01/18/proteina-tau-e-a-doenca-de-alzheimer/

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